segunda-feira, 19 de setembro de 2011

NOVO LÍDER E COM PINTA DE FINAL FELIZ DE NOVELA DAS 8


Que o Campeonato Brasileiro 2011 é o mais equilibrado que eu já vi, isso eu já cansei de falar e escrever aqui. Mas, além disso, quero dividir com todos vocês a minha sensação de estar acompanhando uma novela com um roteiro desenhado para o final feliz do Vasco. É claro que apontar o time da colina como o favorito ao título com 14 rodadas pela frente é muita pretensão para mãe Dina. O que eu quero é bater na tecla que dramas como esses fazem um time campeão. São situações da vida que cismam em imitar a arte e nos fazem vibrar com finais felizes. Será? Esses ai passando vibrações positivas acreditam e torcem para mais esse final feliz.

O gigante da colina começou o ano com derrotas humilhantes e que manchariam sua história. Perdeu para Nova Iguaçu, Resende, terminou o primeiro turno do carioca sem time e sem alma. Mas eu disse que mancharia sua história se os dias não viessem um após o outro. Analisando do ponto de vista atual, parece que estava tudo combinado. Chegou Ricardo Gomes, Felipe voltou a jogar futebol, Diego Souza trouxe explosão, Dede se tornou o melhor zagueiro do país e veio a Copa do Brasil como feitiço encantado para seus milhões de torcedores. Esses mesmos torcedores que já não sabiam como vibrar depois de anos de penumbra com passagem por série B e séries intermináveis de vexames no cenário nacional, viram o retorno do maior ídolo recente de sua história gloriosa. Para muitos o maior representante de uma época de ouro.

Reizinho estava de volta! E melhor do que isso, Juninho Pernambucano voltava para os braços dos vascaínos em contraste total com a maior contratação do rival Flamengo. Enquanto o rival gastou milhões para trazer Ronaldinho Gaúcho, para orgulho dos vascaínos, o camisa 8 chegava para receber um salário mínimo e a chance de lucrar com conquistas. Nada mais cinematográfico que um humilde personagem principal que abre mão do dinheiro para ser feliz.

Porem, a novela ainda não tinha chegado sequer ao seu momento de maior audiência. Começaria, com esse cenário, o Brasileirão. Para muitos o Vasco seria um belo coadjuvante. O time já conquistara a vaga para a Libertadores 2012 com o título inédito da Copa do Brasil e por isso poderia relaxar no principal campeonato do ano. Mas não. Não seria esse o papel de um time do tamanho e da grandeza do Vasco da Gama. O time não esmoreceu e veio fazendo uma boa campanha, com derrotas e vitórias normais. Campanha essa que impediram que os holofotes se virassem na direção de São Januário. Foi assim que o primeiro turno andou para os amantes da cruz de malta.

E na última rodada da primeira metade do Brasileirão o jogo mais emblemático para os vascaínos. Flamengo e Vasco estavam frente a frente com possibilidades reais de saírem do confronto como líder e postulante real ao título. Era uma espécie de final e os times exatamente equivalentes em campo iriam para uma batalha como há muito não se via. Nada mais significante para o Vasco do que vencer o Flamengo, que como todos sabem vem de uma série de vitórias em jogos decisivos.

Era a hora de acabar com esse carma? Não, ainda não. Era a vez do drama de novela. Algo comparado com a atriz Carolina Dieckmann, raspando a cabeça em Laços de Família. E no maior jogo da temporada, o técnico Ricardo Gomes, responsável pela reviravolta do time no ano, senta abatido no banco de reservas. A cena forte do treinador com a boca revirada, com os princípios do AVC flagrantes, abalaria qualquer um. Qualquer equipe. E aquilo aconteceu. O time com um jogador a mais em campo não conseguiu bater um "estacionado" Flamengo.

Ricardo, um forte ex-zagueiro e um honrado ser humano, ficaria internado por quase um mês. O drama estava completo. Mais uma vez todos esperavam a queda do time cruzmaltino. Muitos aceitariam! Nada mais natural para um time já vitorioso, com a glória do ano já conquistada e seu comandante internado. Tudo bem deixar o campeonato de lado. Não! Novela não funciona assim. Um mês e 5 rodadas depois, o Vasco faz 4 a 0 no Grêmio com o "caldeirão" lotado. A torcida vibra ainda sem a confirmação da melhor noticia. Noticia essa que vem no dia seguinte. O Corinthians perdia para o Santos, no Pacaembu, o técnico Ricardo Gomes recebia alta do hospital e a liderança estava consolidada.

Tudo bem, eu sei, o roteiro é lindo e a conquista do campeonato seria o "viveram felizes para sempre" perfeito de Manoel Carlos, por exemplo. O porem agora é que a vida real existe. Faltam 14 "finais" para o Vasco se segurar na ponta e comemorar o pentacampeonato. Vale lembrar que o último capitulo dessa novela promete fortes emoções com mais um Flamengo e Vasco. Nada seria melhor para a torcida vascaína do que ser campeão em cima do maior rival. A vida imitará a arte, ou não?

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