quinta-feira, 29 de novembro de 2012

PARA O ABSOLUTISMO NA CATEGORIA DOS PESADOS, CIGANO PRECISA AFASTAR SUAS DUAS PRINCIPAIS AMEAÇAS

por Paulo Vítor Ubaldino

O campeão dos pesos pesados do UFC, o brasileiro Júnior 'Cigano' dos Santos
Assim como Anderson ‘The Spider’ Silva, maior lutador de MMA de todos os tempos, o campeão brasileiro dos pesos pesados do UFC, Júnior ‘Cigano’ dos Santos, também ainda não conjugou o verbo perder na organização. Até o combate para disputar o cinturão, Cigano realizou sete lutas, vencendo todas, incontestavelmente. Durante sua caminhada para o ‘title-shot’ - expressão dada ao lutador que tem a oportunidade de disputar o cinturão, o brasileiro derrotou nomes importantes para o esporte como Shane Carwin, que substitui seu compatriota Brock Lesnar, depois de o americano ser diagnosticado com uma diverticulite e ficar inapto para enfrentar o brasileiro, na final do TUF 13, no qual os dois foram os treinadores; Fabrício Werdum, o também brasileiro que deus as boas-vindas ao atual campeão dos pesados no UFC e um dos próximos treinadores do TUF Brasil II, ao lado de Rodrigo Minotauro; além da lenda viva do K-1, famoso torneio japonês de Kickboxing, o croata Mirko Cro Cop.

Sim, concordo que ele mereceu e merece o título de campeão dos pesados da organização de MMA mais famosa do planeta. No entanto, a meu ver, para ser tornar absoluto na divisão, uma espécie de Anderson Silva dos pesados, Cigano precisa afastar seus dois principais adversários, os que mais ameaçam seu reinado.  O primeiro deles é um velho conhecido, que quer seu cinturão de volta e já está com revanche marcada. O mexicano, naturalizado americano, Cain Velásquez foi o homem que arrancou o título de um dos lutadores mais temidos do UFC, o gigante Lesnar, mas que perdeu o trono para Cigano, em sua primeira defesa de cinturão. A luta entre os dois, que aconteceu em novembro de 2011, nos Estados Unidos, ficou marcada como o maior evento (não luta) já feito pelo UFC – UFC On Fox 1, pelo simples fato de ter sido transmitido, em canal aberto, tanto no Brasil, quanto nos EUA. 

Cigano x Velásquez II
Durante o ‘camp’, período em que o lutador se retira para treinar duro (uma espécie de concentração, no meio do futebol), era difícil escolher um favorito. Apesar de Cigano estar muito bem preparado, tinha pela frente um dos jovens lutadores mais promissores da geração atual e que, assim como ele, também estava invicto. Criamos muita expectativa, mas, em pouco mais de um minuto, Cigano fez questão de mostrar que merecia – e muito – aquele título. Acertou um cruzado de direita no adversário que, imediatamente, caiu e não resistiu mais aos outros golpes. Velásquez, agora, terá a chance (e só a chance) de recuperar a cinta que, um dia, já foi sua, um ano e um mês depois do primeiro combate. A revanche é a luta principal do UFC 155, que está agendado para o dia 29 de dezembro, também na América do Norte, registrando o último Ultimate do ano de 2012.

A luta que não aconteceu: AINDA
A segunda e última (a meu ver) ameaça de Cigano é outro gigante, conhecido em outros famosos eventos de MMA, como Strikeforce e K-1. O nome dele é Alistair Overeem, um holandês de 1,95 cm e de 116 kg e que já era para ter enfrentado o atual campeão dos pesados, em sua segunda luta pela UFC, em maio desse ano, pela edição 146 da franquia. No entanto, depois de um exame antidoping, foi detectado um excesso de testosterona no sangue de Alistair que o impossibilitou de enfrentar o brasileiro. Ora, Bolas! Para não cancelar o evento, Dana White, presidente do Ultimate, convidou Frank Mir, um ex-campeão da categoria, para lutar contra Dos Santos. O desafio foi aceito e, curiosamente, o combate ficou marcado como uma ‘vingança’ de Cigano, já que, em seu último combate, Mir tinha quebrado o braço (com uma Kimura) de Rodrigo Minotauro, seu mestre e principal motivador. 

Vale lembrar também que não foi a primeira vez que Overeem foi pego no antidoping. O atleta, que já incluiu a categoria dos médios e meio pesados, é muito contestado por ter ganhado tanta massa muscular em tão pouco tempo. De qualquer forma e apesar do pesares, essa luta vai acontecer, mais cedo ou mais tarde. Inclusive, assim que foi pego no antidoping, Cigano disse que o holandês merecia uma surra, por suas atitudes antidesportivas. Overeem culpou seu médico pelo resultado do exame.

Vencendo Velásquez, pela segunda vez – diga-se de passagem, Cigano afasta sua primeira ameaça e deve se preparar para seu próximo adversário. Adversário esse que eu aposto que seja, finalmente, Overeem, caso o mesmo derrote o brasileiro Antônio ‘Pezão’, aquele mesmo, que derrotou a lenda Fedor Emelianenko, ‘O Último Imperador’, no Strikeforce, mas que perdeu feio para Cain Velásquez, em sua primeira luta pela UFC.  Overeem e Pezão se enfrentam em fevereiro, no UFC 156, nos Estados Unidos. Passando por esses dois lutadores, vai ficar ruim de arrancar o cinturão do brasileiro. OSS! 

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