@carregalf
Olá caros amigos! Primeiramente, permitam-me pedir perdão por tão imenso hiato nas postagens do blog. Para nós é difícil ficar longe dele, mas infelizmente, o ganha-pão dos blogueiros teve de entrar em primeiro plano. Mas 'Ora, Bolas!', falemos do que interessa.
Eu entendo se você, ficar decepcionado com este texto, sei que são tantas competições importantes pegando fogo por aí. Temos o Brasileirão 'filme de suspense/novela das oito' mais emocionante dos últimos tempos; é a Série B 'mais B do que nunca'; com a Portuguesa agarrando-se ao foguete elitizado do futebol brasileiro; é a Champions League, com seus craques, seus times gigantes e um ' time todo 99'(essa é para quem joga futebol no videogame) chamado Barcelona, habitado por um ser de outro planeta chamado Lionel Messi; são os campeonatos europeus com todo o seu charme, público impressionante e os mesmos times de sempre...
Como viu, é muita coisa para se falar, não!? Para ser sincero, foi difícil escolher um assunto dentre todos esses, até por isso, resolvi juntá-los em um só assunto, e ao mesmo tempo, nenhum. Resolvi então, glorificar o futebol. Neste texto, tentarei (ao máximo!) não fazer chatas análises táticas, ou falar de chances de título de algum time do Brasil; é caro amigo, as chances de subir da sua tão amada Americana, não serão discutidas aqui, falarei apenas dele, o meu 'ser superior', a minha religião - e tenho certeza que a de muitos milhões por aí, o futebol.
Comecei a pensar em desenvolver um texto assim após realizar que os blogs esportivos e futebolísticos se esqueceram de dar valor à paixão por esse esporte surgido na Inglaterra há muito tempo atrás e começaram a vangloriar táticas, dados(até relevantes às vezes), moda (!), erros de arbitragem, ou seja, tudo menos o que mantém viva a lucratividade e audiência desse esporte, que é a cega e extrema paixão platônicamente absurda que o mundo tem pelo futebol. Esta minha ideia, foi reforçada após a exibição do mais puro amor dado pela torcida do Santa Cruz, que lota um estádio para mais de 60 mil pessoas, com seu time na Série D do Brasil.Mas o que torna tão prazerosa a atividade de se pegar uma bola e chutar, ou acordar em um domingo às 6 da matina para se jogar uma 'pelada' ? Possivelmente, é essa a pergunta que sua namorada/esposa/mãe/vó, faz quando o vê fazendo essa ' loucura'... E honestamente, não há resposta literal para isso. A resposta está no sentimento, na cumplicidade existente entre um apaixonado e esse amor correspondente, mesmo que ele só apareça nos fins de semana, ou quando seu time ganha aquele clássico. Quem é que nunca deu uma 'zoada' em um amigo ou familiar relacionada ao futebol? Está ai a paixão, está aí a inexplicável relação recíproca entre um ser pensante e um esporte que transcende limites e se torna um sentimento - ao mesmo tempo, físico e abstrato, ao mesmo tempo racional e irracional.
Que atire a primeira pedra, ou levante a bandeira de impedimento uma pessoa que nunca se divertiu com o futebol, seja vendo um lance bonito, um frango lamentável, uma entrevista curiosa, uma entrada criminosa... Quem é que nunca brincou com uma bola, ou a deu de presente? Qual pai não fez seu filho chutar uma 'redonda', influenciou na escolha do time, e não se revoltou quando percebeu que o filho estava torcendo pro time da mãe, ou do amigo? Quem nunca utilizou de palavras nascidas dentro das 4 linhas para expressar sentimentos, para indicar uma 'bola dentro', uma 'bola fora' ou até ficou na 'cara do gol' e perdeu a chance? Vamos lá, nosso carro popular de maior vendagem nos últimos vinte anos tem o nome do maior e mais orgasmático sentimento existente dentro de um jogo de futebol, o clímax poético que faz milhões pessoas gritar, chorar e xingar, e muito!
A psicologia explica que tudo o que nos faz diferente ou nos transforma física e mentalmente é parte de algum sentimento puro e intenso e estar ao redor do futebol é isso.O evento futebolístico, nos deixa surdos(ou você nunca deixou de atender ao celular quando seu time jogava), cegos(nunca 'deixou de ver' um pênalti contra seu time, ou aquele vestido novo que sua mulher insiste em mostrar em frente a tv na hora do jogo), teimosos(nunca negou até a morte que aquele jogador do seu time não estava impedido, mesmo após ver e rever o lance que prova o impedimento!?) e até malucos(gritar em frente a uma tv para uma 'anta' de um jogador que não toca a bola, ou abraçar pessoas que nunca viu em um estádio lotado não são atitudes a se cometer em estado de normal sanidade).
A relação humana com o futebol se equipara ao sentimento e ao ato mais puro que existe no mundo, o amor simples; que faz com que as pessoas se blindem em loucura e se banhem em atitudes irracionais, impensadas para seres que vivem em uma sociedade dentro de suas 'anormais' normalidades.
Por causa desse amor, técnicos passam de gênios ganhadores do prêmio Nobel de Física, para seres ignorantes comparáveis a uma porta; jogadores que ontem não sabiam chutar uma bola, ou que deveriam - na sua opinião, tentar a carreira de pedreiro ou cantor sertanejo, se tornam os heróis do título com aquele famoso gol improvável, até aquele cabelo de cracatua que ilustra a vasta cabeça de seu zagueiro predileto é ignorada. Isto tudo amigo, é amor, puro amor.
Por isso então, toda vez que perceber, faça questão de agradecer ao futebol, pois graças a ele, você tem a oportunidade de chorar, gritar, xingar, correr, abraçar, amar, conversar. E assim, situações e ações, tão raras em nossa protegida, medrosa e reticente atualidade, tornam-se comuns no futebol, e por isso, vivendo este abstrato sentimento, você se aproxima de uma vida mais completa e humana. Para mim, com o futebol, você enfim, vive!
Ouso dizer que, sem sombra de dúvidas, foi o melhor texto - visto do ponto de vista sentimental - já publicado neste Blog. Parabéns ao amigo Carregal, que nos deu uma luz, muitas vezes não percebida por nós. Também não podemos deixar de agradecer ao grande motivo de tanta paixão: a você, futebol.
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