@carregalf
Motivado pela recente 'novela Thiago Neves', resolvi trazer a este texto, um debate já desgastado, porém válido, dado o atual momento de negociações no futebol brasileiro. Será que ainda existe amor a camisa, ainda é possível, como jogador profissional, se amar a um clube, e por este amor, ser devoto à equipe e somente ela?
Tal pergunta não tem resposta correta, e será eternamente debatida e discutida por jogadores, comentaristas e torcedores. O fato é que precisamos analisar os dois lados da moeda: o passional e o profissional.
Creio que ao questionar um jogador profissional sobre o assunto, este responderá que pode até ter seu amor escondido por algum clube, mas a tão famosa independência financeira tem de vir primeiro, afinal, como ele conseguirá manter e sustentar a esposa, a ex-esposa, e os cinco filhos? É, caro amigo, em recente pesquisa realizada por uma agência internacional, o perfil do jogador de futebol brasileiro, com salário mediano (de 20 a 50 mil reais) foi traçado, e pasmem, de uma faixa entre 20 a 25 anos, mais de 70% dos jogadores possuem esposa, filhos com ela, e filhos com outra mulher. Acho este fato auto-explicativo, já que se o cara pode ganhar 5x em um clube, por qual razão ele ficaria no outro, que o paga 2x? Como ele bancaria a pensão dos filhos, as extravagâncias da esposa, etc...?
Mas aí, vem você torcedor e discorda completamente deste jogador, e aliás, não só retira a razão dele, como o coloca pronto às pedradas e à crucificação em praça pública. Mercenário! Gritaríamos todos (isso, eu também), possivelmente com notas de 2 reais na mão, jurando ódio eterno ao já não tão pobre assim jogador.
Afirmo aqui, que este, é um assunto delicado, e de difícil conclusão, então, para não plantar a semente do caos na cabeça de ninguém, afirmo que o que virá a seguir é a minha opinião, humilde e alheia a qualquer outro fato ou ideal.
Para mim, devemos encarar um jogador de futebol como qualquer outro profissional, que é pago para produzir e cumprir com suas obrigações no emprego. Entretanto, temos de estar atentos a um diferencial neste assunto; já que enquanto o pedreiro, o bancário, a secretária, têm apenas um chefe ou algum supervisor, o jogador de futebol, tem como patrões, milhões e milhões de corações apaixonados e prontos para dar amor, como também ódio.
Por isso tudo, é óbvio concluir para mim, que a base para a discussão não está no assédio de outros clubes, na tal independência financeira, no empresário ou nos quinhentos filhos. Esta discussão começa e termina com apenas um fator: o próprio jogador e suas atitudes para com o clube que o emprega e a torcida que o fiscaliza e vangloria.
Ter caráter e personalidade para defender com honra uma equipe independe do salário que se recebe ou do tamanho da conta bancária. Tenho certeza de que o torcedor identifica isso e sente falta deste fato atualmente, e, até por isso, entrega facilmente seu apaixonado coração futebolístico às palavras ditas pelos não tão brilhantes jogadores. É hora de se vangloriar o talento e o caráter, dentro e fora de campo, e assim, desprezar a desnecessária avidez por declarações desnecessariamente apimentadas e mentirosas.
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