segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

FEDERER SERÁ FEDERER EM 2012

por Fernando Carregal
@carregalf

Olá amigo leitor, após a desnecessária orgia alimentar das festas de fim de ano, estamos de volta, e prometendo a você, que nos acompanha, uma maior atenção a este blog em 2012, buscaremos uma maior regularidade na publicação de posts e uma maior variedade de assuntos, e, 'Ora, Bolas', não encare isto como uma daquelas promessas de ano novo...
Para este primeiro post deste novo ano, aproveitarei o marasmo atual do futebol brasileiro e a parada das principais competições de futebol pelo Velho Mundo para falar um pouco de uma das minhas paixões, o tênis. Nas linhas seguintes direi o que espero em 2012 no esporte da bolinha amarela, um ano que para mim, será dele, Roger Federer, o maior de todos os tempos.



Com um calendário apertado, que mais parece ter sido desenvolvido por algum funcionário da CBF, a temporada de 2012 dos torneios da ATP, começou ainda em 2011 (!!!), com alguns torneios preparatórios e algumas exibições. Nada do que aconteceu até hoje é relevante para mim, e nem para os tenistas profissionais, que começam a encarar o ano com seriedade na terceira semana de janeiro, quando tem início o primeiro Grand Slam, o Australian Open. Aí sim a 'coisa fica séria' e começaremos a ter um panorama do que nos espera neste ano.
Não há dúvidas que a briga pelo topo do ranking ficará entre Djokovic, Nadal e Federer, não vejo mais nenhum tenista capaz de ameaçar de maneira constante a hegemonia destes três gênios das quadras. Ao analisar cada um dos três postulantes ao topo do ranking, vejo um raro equilíbrio, diferentemente das duas temporadas passadas, quando Nadal (2010) e Djokovic (2011) dominaram praticamente todas as competições de importância pelo mundo. Em 2010, a capacidade de Roger Federer em recuperar seu melhor tênis foi colocada à prova, e como uma fênix um pouco cansada e com um ressurgimento atrasado, o suíço deu pistas de que ainda tem muito para dar ao mundo do tênis. Federer, nos últimos dois anos, aliou momentos de brilhantismo digno de Roger Federer, e momentos de total ausência de concentração, como um juvenil. Creio que a ideia da aposentadoria passou por esses momentos na cabeça de um dos melhores jogadores de todos os tempos, mas de alguma maneira, ainda desconhecida, o suíço encontrou motivação, e terminou sua temporada, pelo segundo ano consecutivo, de maneira mais positiva que seus rivais diretos.
Como acho que já percebeu, este texto terá seu foco voltado ao seis vezes campeão de Wimbledon, e o que espero dele durante o ano. Um ano atípico e que promete ser de rara motivação para Federer, que prometeu  fazer esforço sobre-humano para obter a medalha de ouro olímpica nas simples em Londres. O suíço está motivado, e vê com muito apreço a sua última chance de demonstrar a grandeza de seu tênis, não aos outros, mas a ele mesmo, que em certos momentos dos últimos dois anos se viu duvidando de sua própria capacidade. E para isso, nada melhor do que conquistar a 'cereja do bolo', seu único clarão no currículum, uma medalha de ouro em simples.(É bom lembrar que o suíço é o atual detentor do ouro olímpico em duplas). Creio que Federer enxerga esta chance como o encerramento de seu ciclo no tênis, sua última conquista, digamos assim, seu último e genial suspiro.
Para ver como o suíço encara este ano de 2012 é só reparar em duas situações: a formação de seu calendário de competições, que privilegia o descanso, com poucos e fortes torneios; e o brilho nos olhos com que Federer fala em suas recentes entrevistas. Confesso que não o via tão motivado assim desde os brilhantes anos de 2003, 2004 e 2005, quando ele praticamente ganhou tudo, e se não fosse por um tal de Gustavo Kuerten (em 2004) e pelo surgimento de um touro chamado Nadal, o suíço teria dominado completamente o circuito, ganhando todos os torneios que disputou.
A medalha olímpica motiva Federer, e mais ainda o piso aonde serão realizados os jogos de tênis das Olimpíadas: a grama. E não pense que é uma quadra de grama comum, pois as partidas serão realizadas no All England Club, mesmo local onde Roger venceu e fez história por seis vezes no torneio de Wimbledon. O suíço não esconde que tal local é seu preferido, e realmente, joga, ou melhor, baila em quadra, como se estivesse no quintal de sua casa.
Por essa ambição olímpica, vejo Federer favorito em todos os torneios que disputará em 2012, salvo Roland Garros, que é de domínio de um certo espanhol canhoto apelidado de ' El Toro Miúra'. O suíço terminou 2011 melhor que seus adversários, tem um histórico de lesões recentes muito mais positivo do que Nadal e Djokovic e possui um tênis menos agressivo e lesivo ao corpo do que o espanhol e o sérvio. Federer levou vantagem neste quesito em praticamente todos os anos desta década, e isto, caro amigo, faz diferença.
Por isso, com uma combinação perfeita de talento, técnica e planejamento, vejo Federer como o 'cara' deste ano que chega. Tenho certeza de que o mágico suíço estará impossível, com o talento de sempre, uma vontade inimaginável, e principalmente algo que faltou à Roger Federer nos últimos anos, 'sangue nos olhos'.
Você verá um Roger Federer diferente este ano amigo, e isso, vai ser bom para todos, como sempre, o tênis agradece...

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