Em uma entrevista, Maurício “Shogun”
Rua, brasileiro ex-campeão do extinto Pride e UFC, disse estar surpreendido com o respeito que Chael Sonnen, seu próximo adversário do UFC, estava tendo por
ele. Rua, inclusive, achou que fosse por conta de seu jeito respeitoso de tratar
seus oponentes. Mas, ao que parece, o falastrão americano só estava
interpretando, já que, mais do que nunca, foi comprovada sua veia artística. Conhecido
no cenário do MMA pelo seu excelente wrestling e criatividades para provocar
lutadores, desta vez, Sonnen se superou: ele fez um poema para Shogun.
Podemos acreditar que o curitibano
não está se importando com as provocações e, desta vez, afirma que está com o
soco ‘como de um homem’, já que tem sido bastante contestado por seus golpes
sem eficácia e cansaço exaustivo, já nos primeiros minutos de seus confrontos. Será que veremos
o antigo Shogun, aquele atleta fantástico do Pride e guerreiro de outros tempos
do Ultimate?
Na verdade, em minha opinião, isso
não importa. Devemos pensar que o brasileiro tem que fazer por merecer, para chegar
o mais rápido possível ao ‘title shot’, que ele se diz, ainda, acreditar. Maurício
Shogun, que vem de derrota (UFC on Fox 5 – 12/12) para Alexander Gustafsson, próximo
adversário do campeão – mais que absoluto da categoria – Jon Jones.
Por outro lado, Sonnen continua com
suas provocações - como de praxe, dizendo que vai aposentar o canarinho, após o
combate. O falastrão vem de dois reveses consecutivos – os dois para campeões
de categoria do UFC. O primeiro, na revanche que tanto pediu para Anderson
Silva, em julho de 2012 (UFC 148) e, o último, para Jon Jones (UFC 159), em
abril de 2013, final do TUF, onde foi um dos treinadores.
Confira o poema que Sonnen fez para Shogun:
"Estou cruzando em meu carro Hemi 'Cuda ameixa de 1970
Sonhando
novos poemas como se fosse Pablo Neruda
Em sintonia
comigo mesmo como o amigo de Aronofsky, Buda
Talvez vá a
um bar e beba algumas doses
Talvez vá à
academia, mas provavelmente não
Não gosto de
suar, e está meio quente
Posso passar
pelo cemitério, fazer um acordo num plano
Pela
carreira de Shogun, aí assinarei na linha pontilhada
E o mandarei
embora com um chute no traseiro
Para o asilo
de idosos como Kevin Rosier
Ou mandá-lo-ei
numa longa caminhada num pier curto
Qualquer
coisa que for preciso para tirá-lo daqui
Porque Dana
vem pedindo, Chael, baby, se você puder
Por favor,
corte e limpe toda essa madeira morta?
Eles não
estão fazendo nenhum bem a eles ou a mim
Roubando dos
ricos como Robin Hood
Mas,
diferente dele, eles não dividem com os pobres
As pessoas
de sua terra nativa morando na rua
Esses caras
moram em Vegas, o que gastam nas lojas
Poderia
alimentar cem crianças na Bahia (ou talvez mais)
E sei que
aqui é a América, terra da liberdade
Onde você
pode se enrolar na bandeira de seu antigo país
Mesmo que
você não more lá desde 83
E faça uma
fortuna em cima da pessoa que você já foi
O dinheiro
que eles roubam dos sonhos que seus fãs buscam
Não vai para
a construção de hospitais na Bacia Amazônica
Então não
perca tempo, aliás, por que não se apressa
E usa seus
punhos poderosos para esmagar o rosto do Shogun?
Porque
hipócritas e mentirosos criaram esta cisma
O último
refúgio de um canalha é o patriotismo
E suas
visões são borradas por antagonismo
E lógica
virada de ponta-cabeça como um prisma
Você sabe o
que faz, então não se faça de bobo
Não tente
ganhar um troco do lugar de onde você já foi
Moralidade
genuína? Você não tem nem uma migalha
E a única
forma que você teria integridade é se eu te der alguma
Você vai
fugir para casa de Boston a Nevada
Enquanto
suas esposas compram na Cartier, Tourneau e Prada
E assim como
não se pode ter "bing" sem um pouco de "bada"
O fantasma
de Pablo balança a cabeça e simplesmente diz "nada".
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