quinta-feira, 25 de agosto de 2011

QUANDO A DERROTA É O MELHOR RESULTADO NÃO EXISTE PAIXÃO


Pensem comigo. Um time está a poucos pontos do líder do campeonato nacional. Tem uma campanha sólida, com poucas derrotas na temporada e com uma equipe que mostra evolução tática e técnica. Porem, alguns jogadores demonstram um certo desgaste natural pelo grande número de jogos no ano. O mesmo clube terá uma sequência de 11 jogos em apenas 30 dias. Mais ou menos, será 1 jogo a cada 3 dias no próximo mês. Sendo que seu principal adversário, líder na busca pelo principal título do país, está com todas as atenções voltadas para a competição número um. Enquanto isso, o time em questão precisa dividir esforços com outro torneio, que requer além de jogos semanais, viagens ao exterior e confrontos pegados. E o principal, jogadores fundamentais podem se machucar na disputa dessa competição secundária. E ai? O que fazer?


Acompanhei muitos amigos, jornalistas ou não, falando que a derrota e desclassificação na segunda competição seria a melhor saída. Na hora, concordei. Achei os argumentos bem convincentes. Pensei friamente sobre o tema e, lógico, fui pelo caminho mais racional. Bem, meu time não terá condição de lutar com a mesma pegada em duas frentes tao complicadas. Vamos, no fim, acabar sem nenhuma delas e frustrados por não ter direcionado o foco sob uma competição apenas. Ainda lembrei: Bom, se o segundo campeonato, que obviamente é a Copa Sul-Americana, o campeão ganha uma vaga para a Libertadores e até mesmo o quarto colocado do Brasileirão, também tem essa possibilidade, porque não apostar todas as fichas no título da competição nacional? Se por algum acaso o caneco não vier, estaremos bem colocados ao ponto de também conseguir uma vaga na principal competição do continente em 2012.

Muito bem! Estou convicto. Hoje vou torcer por uma derrota do meu time. Só assim acabará logo essa vida dupla. E o jogo começa. Bola para a esquerda, bola para a direita... Chance clara para o adversário marcar seu gol e lá vou eu esbravejar diante do aparelho de TV. Lá estou eu querendo arrancar a cabeça do defensor que falhou na marcação e deixou minha meta em risco. Logo mais, cruzamento da direita, meu atacante sobe livre e erra o gol. Filho da P... E lá vou eu brigar com amigos e criticar a falta de habilidade do matador que não colocou a bola nas redes. Opa! Mais um lance e bola na área outra vez. É gol! Gritos na janela, fogos e a alegria da noite está feita. Pronto! Meu time se classificou... Ué, era isso mesmo que eu queria?

Pronto mesmo! torcedor que é torcedor nunca vai torcer pela derrota do seu time, nunca vai vibrar com resultados adversos e cuidado para quem vier tentar convencer o pobre coitado do contrário. É por isso que gostamos de futebol. É por isso que existe uma paixão. Esse sentimento é fomentado por vitórias e conquistas, sejam elas quais forem. É por essa sensação inexplicável que brigamos com mulher, pai, amigos e quem mais se colocar contra tal "vício". Perder? Jamais!

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