quinta-feira, 26 de abril de 2012

UM NOVO CHELSEA E O MESMO BARCELONA...


por Fernando Carregal


Pronto! Foi só o Barcelona viver este 'abril negro' que os apocalípticos da sabedoria futebolística iniciaram o decreto para o fim do futebol maravilhoso exercido pelo time da Catalunha. Ledo engano se você também pensa assim caro amigo. O Barcelona foi sim eliminado pelo Chelsea, perdeu o titulo espanhol para seu grande rival, e sofreu duas derrotas consecutivas, fato não ocorrido desde 2009. É fato que passará a temporada com apenas uma final (a Copa do Rei), e talvez um título. Mas eu não tenho dúvidas de que o time espanhol ainda é, de longe, o melhor do mundo. É só analisar a diferenciação com que o Barça é tratado pelos adversários e como foram os embates ante o Chelsea. 

O Barcelona se tornou, nos dois confrontos perante os Blues, o refém de um famoso personagem do futebol: o imponderável. Este é aquele que faz com que o melhor do mundo perca o pênalti, que as bolas batam na trave, que um time destroçado psicologicamente e envelhecido como o Chelsea encontre forças a partir da demissão de seu técnico e se torne praticamente imbatível moralmente. 


Os dois confrontos, tanto no Stamford Bridge, como no Nou Camp, foram amplamente dominados pelo Barcelona, seja nos arremates, na posse de bola, nas chances de gol, aliás, como usualmente costuma ser contra qualquer outro time. É lógico que acredito que nos dois embates, o time grená não estava nos seus melhores dias. seus jogadores não estavam normalmente inspirados, e seu técnico, Pep Guardiola, menos ainda. 

Porém, chega de Barcelona, eles ainda vão ganhar muitas Champions e encantar o mundo durante muito tempo! Não me permitirei deixar de elogiar a atuação companheira, humilde e principalmente peculiar de todo o time do Chelsea, que soube jogar como uma equipe pequena, se defender perfeitamente e aproveitar as chances que encontrou durante os jogos e foi sim, a maior responsável pela vitória.(me desculpe senhor imponderável...)

Era impressionante ver a dedicação e a vontade de jogadores consagrados, como Lampard, Cech (que goleiraço!) e Drogba (que atuação de lateral esquerdo no último jogo!). Esses jogadores simbolizavam, em minha opinião, a última chance, o último suspiro de guerreiros feridos e cansados da desconfiança, guerreiros que apesar de não necessitarem, resolveram que ainda iriam provar a todos que podem ser gigantes novamente. E graças à saída de Villas-Boas e à chegada de Di Matteo, que deu liberdade de comando aos 'medalhões' da equipe, as coisas começaram a dar certo.

Di Matteo, aliás, merece um capítulo a parte neste texto. Um jogador mediano, que participou de campanhas medianas, de um Chelsea mediano na década de 90, e que se mostra um treinador capaz de entender perfeitamente o jogo e principalmente seu elenco. Com seu plano tático que evitava a saída dos laterais para marcar os pontas barcelonistas, e criava duas linhas perfeitas, uma dentro da grande área e outra logo a frente de sua entrada, Di Matteo conseguiu evitar que o Barcelona criasse espaços para o passe final em uma tática muito parecida com a usada por Mourinho em 2010 ao eliminar o mesmo Barça com a Internazionale pela semi das Champions. 

Suas táticas, suas aceitações dos caprichos do elenco dos Blues, e principalmente a humildade de aceitar certas situações, o fazem para mim a revelação e peça principal na modificação do panorama do Chelsea 2012, resta agora saber, se estes fatores serão suficientes para uma vitória (por que não épica) em pleno Allianz Arena, contra o time da casa, o Bayern Munich, para mim, de longe favorito para a conquista da Champions desta temporada. Mas eu não duvidaria do Chelsea, não duvidaria de Drogba, Lampard e nem Di Matteo, pois apesar de o Barcelona continuar sendo "O Barcelona", melhor time do mundo, o Chelsea voltou, talvez a ser o que nunca foi, um time brilhante na defesa e com um nunca visto sangue nos olhos... aguardemos o 19 de maio...

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