segunda-feira, 11 de julho de 2011

"DECEPÇAO" AMÉRICA

por Fernando Carregal
@carregalf

E bastaram dois jogos para que o mundo caísse sob aquela gélida e maradoniana nação da Argentina. Dois jogos amigos, dois! Messi não é o mesmo na seleção argentina, Neymar é egoísta, sente a pressão, Ganso não é o jogador que tanto comentam, onde está o novo Zidane? Sobrou até para o pobre do Diego Forlan que até de clone mal feito foi chamado pela imprensa sulamericana. Ora Bolas! calma aí, pelo contrário, se você pensa que estou aqui para "cobrar" e concordar com as maldosas e infundadas críticas a esse jogadores se engana.  Resolvi amigo, defendê-los por parágrafos, um para cada um(Neymar e Ganso serão debatidos juntamente).

Inicio este parágrafo para falar sobre Diego Forlán. O melhor jogador da última Copa vem sofrendo duras crítcas da imprensa uruguaia e argentina por estar omisso e ter desaprendido o maravilhoso futebol que demonstrava na Copa da África. Realmente, Forlan não conseguiu repetir as atuações da Copa, até porque, ele, na África estava "endiabrado", seus melhores jogos da vida foram aqueles, e aliado à boa fase de seus companheiros Cavani e Suárez conseguiu aproveitar das oportunidades que apareceram. O uruguaio é um bom jogador, e nada mais que isso, está em decadência, não conseguiu aproveitar grandes oportunidades na vida de jogador(como jogar no gigante Manchester United) e tem momentos esparsos de brilho, como na penúltima Liga Europa, levando o Atlético de Madrid ao título, talvez sua melhor fase o que o deixou com moral para a disputa do mundial. Para mim Forlán é só isso, um bom jogador que não me enche os olhos, ao contrário de Cavani, seu companheiro de ataque, que esse sim, será grande no cenário europeu.

Ao invés de citar apenas Ganso e Neymar, creio ser mais adequado citar a seleção brasileira como um todo, pois a análise dos dois "meninos dos olhos" do Brasil passa pela horrenda apresentação de outros jogadores da seleção brasileira. Neymar e Ganso, assim como Messi (esse ai estará no próximo parágrafo) dependem de um esquema tático e da qualidade dos outros jogadores de suas equipes. A seleção brasileira de Mano Menezes ainda não conseguiu se achar nessa Copa América, tanto técnica, como taticamente. Os dois jogos(Venezuela e Paraguai) serviram para demonstrar que o postado há algumas semanas(confira no histórico do blog a análise dos favoritos à Copa América) era realidade. Neymar sofre muito com a inconstância do lado esquerdo do Brasil, que tem um fraco André Santos, que recorrentemente esquece ser lateral e se acha o próprio Neymar, subindo ao ataque loucamente e deixando o pobre menino de 19 anos como um coadjuvante de lateral esquerdo. Ramires, assim como o lateral "aprendiz" de ponta vai muito ao ataque, sobrecarregando Lucas Leiva e o próprio Neymar, que não acustumado a marcar e nem a recompor o volume do time como vem sendo exigido, acaba por se perder na movimentação, e também nas jogadas, que aliás não tem dado certo, a individualidade "humanitária" de Neymar desapareceu, e ele vem prendendo a bola mais do que vinha fazendo no Santos, mas amigo, já parou para analisar que na maioria das vezes ele está sozinho contra dois ou três adversários, com seus companheiros isolados? É, repare. Isso não acontecia no time do Santos.

Já PH Ganso, sofre de um mal parecido, mas em minha opinião fez um bom jogo contra o Paraguai, e sua tendência é ganhar confiança e crescer na competição, já que ele vinha de lesão, e jogou apenas o segundo jogo da final da Libertadores antes de se apresentar. Ganso não está, no meu modo de ver, à vontade com o esquema de Mano, pois tanto na tentativa de 4-4-2 contra o Paraguai e no habitual 4-3-3 do jogo contra a Venezuela, Paulo Henrique acabou sobrecarregado pelo "clone" de Daniel Alves que está em campo, que não apóia com eficiência, não ocupa espaços de marcação como faria normalmente, e principalmente não aparece para jogadas de passe curto. Ganso se vê perdido sem buracos para fazer seus lançamentos, já que nesses dois jogos, tanto Daniel, como André Santos não abriram espaços e nem utilizaram das laterais, como deveriam, para dar oportunidades de passes em profundidade para o camisa 10 brasileiro. Ganso para mim, foi o destaque daquela seleção "cópia mal feita" brasileira e como já disse, será o "fiel da balança" do Brasil na Copa América, é só os outros jogadores brasileiros esquecerem os maravilhosos vinhos e carnes argentinas e jogarem bola.

Esse parágrafo é dele, pobre do Messi! Que de orgulho nacional argentino, se tornou filho ingrato, jogador sem raça, até o título de cidadão argentino quiseram retirar do menino.(porque o de melhor do mundo ninguém tira, e por muito tempo!). Messi para mim foi transformado em culpado em tudo na seleção argentina. Se o goleiro Romero é fraco e inseguro a culpa é dele, se Zanetti deixou seu futebol na Itália e Milito esqueceu que não está jogando contra o Tabajara FC a culpa é dele; culpem o Messi, se o Mascherano e o Cambiasso resolvem partir pro ataque e não dão espaços a ele, culpem "La Pulga" se Tevez está mais preocupado com o cabelo do que com seu futebol, culpem Messi se Lavezzi(ai que decepção!!) resolveu transformar-se em um Wagner Diniz que fala castelhano. Mas principalmente, culpem o Leonel, se o senhor Sérgio Batista, seu técnico, vê isso tudo e não faz nada, e acha que pode realizar na Argentina o que Guardiola realiza no Barcelona. Batista é uma "anta" amigos, eu afirmo. Seu esquema tático transforma o brilhante Messi em uma criança perdida no meio de lobos, longe do desejado doce. Messi é obrigado, com o 4-3-1-2 falho de Batista a jogar como ponta, meio, e atacante ao mesmo tempo. Messi nesses dois jogos, ou recebe a bola de costas para o ataque, ou é obrigado a buscar a bola em longíquas leguas argentinas, no seu campo de defesa. Assim amigo, nem Pelé e Maradona juntos. Messi, o Messi do Barcelona, brilha, pois tem uma estrutura tática montada para ele no time, a posse de bola e a abertura de espaços do time catalão o dão sempre a oportunidade de receber a bola de frente para o perigo, aonde ele sabe o que fazer, e o faz, atualmente como ninguém. A seleção da Argentina não possui jogadores capazes de controlar a posse de bola, como o Barça, e pior, ao tentar fazer isso, Batista elimina as virtudes de Tevez(velocidade e exatidão no drible) e de Lavezzi(rapidez e penetração perfeita na defesa adversária) pois os obriga a segurar a bola. Amigos, a Argentina está perdida, pois a verdade é que Batista não é técnico, e Messi, não é Argentino, é sim, um extraterrestre, e olha, se os argentinos quiserem podemos trocar: eles nos mandam o sem raça, não argentino e não guerreiro Messi, e nós mandamos pra eles todos os guerreiros e raçudos que temos: Felipe Melo, Júlio Baptista, Josué... de acordo com eles, é uma troca justa.

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