por Fernando Carregal
@carregalf
E a temporada de previsões apocalípticas para o futebol da seleção brasileira iniciou. Que busquem culpados! Que coloquem Mano Menezes em praça pública para apedrejamento! Que Ganso, Neymar e outras revelações sejam esquecidas! Que tragam de volta Dunga e seus "sargentos"! É caro amigo, disso tudo ouvi nesse período negro de algumas horas entre a eliminação do Brasil na Copa América e a aparição das primeras matérias dos jornais e programas esportivos desta segunda. É impressionante como de tudo se esquece quando algum evento ou combinação deles ameaça nossa tal "soberba e soberania"(já não existentes há décadas) como país dominante no futebol; para tudo se procuram explicações, e elas nunca perpassam por situações além de um gol perdido, uma grama mal tratada, ou um dia ruim dos aclamados melhores jogadores de nossa nação. São sempre as mesmas desculpas e as mesmas maneiras de se encontrar possíveis crucificados, foi assim em 2006 com os gordinhos e a "zona" da concentração em Weggis, na Suiça, foi assim em 2010 com Dunga, Felipe Melo e o enclousure no qual viveu a seleção, e agora com Mano Menezes e sua tão pedida renovação. Digo a você amigo que fiz muitas vezes partes das críticas, e assinei embaixo em certas explicações e motivos para eventos vexatórios, porém, não vi a imprensa em sua maioria cavar mais fundo nos motivos, pois para mim, a situação nos útlimos anos da Seleção Brasileira da CBF(e não do povo, como deveria ser) vai muito além de gorduras, prisões ou falta de gols, ela vai muito além de um buraco na marca do pênalti, e Mano Menezes em entrevista coletiva, falou sobre isso nesta manhã...
Durante a entrevista coletiva do sóbrio (ás vezes até demais) Mano Menezes, todos os assuntos de interesse da mídia foram abordados; de sua manutenção no cargo de técnico às atuações de Neymar e Ganso. Porém, o que mais chamou-me a atenção foi o lamento do elegante Menezes de que o processo de renovação e transição do selecionado canarinho foi de certa maneira forçado e incompleto, pois enquanto a defesa é mesclada entre os mais experientes em competições de recorrente pressão como a CA 2011,-- Lúcio e júlio César e os menos, como Tiago Silva e David Luiz,-- o meio campo e o ataque não possuem tais pilares, ou guias para uma transição calma e tranquila do setor.
Mano está correto em sua análise, e não tem culpa se dos craques que poderiam liderar esse processo de renovação ofensiva sobrou apenas Robinho(não mais o mesmo), já que Kaká(ainda acredito nele) esteve mais lesionado do que em ação, se Ronaldinho Gaúcho foi viajar para outro planeta em 2006 e ainda não retornou, se Adriano jogou sua carreira pela janela milhões de vezes, ou seja, os três principais jogadores ofensivos, os que chamariam a responsabilidade em momentos de pressão, não encontram-se nem perto de seus melhores momentos. Assino embaixo no que Mano disse, e vejo nele o futuro da seleção, todos erram, ele também, entretanto vejo no gaúcho a pessoa certa para navegar o barco brasileiro até o título da Copa de 2014, Mano é educado, sóbrio, conhece futebol e tem uma relação boa com a imprensa e com Ricardo Teixeira, sabe dosar críticas e aprende com erros. E principalmente, sabe que o peso em sua costas apenas aumentará (assim como aumenta o peso da agora "fofinha" Larissa Riquelme) e junto com os onze que estarão em campo em 2014 terá de tranformar a pressão desse volume nas costas em algo positivo, o que tenho a certeza que irá.
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